🌎 (Correio Terráqueo)

(Atualização de escrita)

Às vezes eu costumo me sentir como se todos estivessem alguns metros à minha frente em coisas relacionadas a desempenho, fosse na faculdade, em casa, ou nas coisas que eu me proponho a fazer. Como se eu sempre deixasse faltar algo e todo o meu esforço não tivesse valido de nada. Never be enough...

Mesmo tendo terminado de escrever meu terceiro livro (A Ascensão de Drak Nazar), que está sendo trabalhado com a ajuda de uma professora de português, às vezes fico com o pensamento de "será que isso não serviu pra nada?". Eu continuo porque tenho consciência que acabei de começar. Continuo porque questionar se isso não serviu pra nada seria questionar o propósito da vida.

Mesmo que eu me lembre de poucas e raras vezes ter sido elogiado ou citado para os colegas como exemplo de desempenho, o que surpreendentemente tem ocorrido nos últimos meses, às vezes falta o componente que determinaria se o que foi feito é, de fato, satisfatório. Quem sou eu pra afirmar que essa meritocracia capitalista talvez esteja desajustada.

Na Páscoa, quando eu li a frase escrita no envelope, me contive, entretanto, por dentro, fui sentindo uma onda me varrer como se uma pessoa tivesse me observado ao longo dos anos, desde que nasci, tivesse me dado um abraço e dito que o esforço pra ser uma pessoa agradável, e minhas tentativas, e as coisas que fiz, mesmo que sem gerar um retorno esperado (nível mega sena da virada), tivesse sido reconhecido.

Poucos dias atrás eu tomei coragem e abri o envelope, porque sabia que tinha prazo de validade.

Comi esse chocolate agora, no Natal, como se ele tivesse vindo embrulhado com um dos bilhetes dourados do Willy Wonka.

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Correio Terráqueo,
Dezembro de 2022