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(¿Atualização de escrita?)

Querida editora,

Porque não farei uma tiragem

Essa pergunta pode levar a uma resposta óbvia, mas neste texto não irei me debruçar sobre a consequência de imprimir quinhentos livros. Não é só porque eles iam ocupar muito espaço; a verdade é que o papel com o qual os livros são feitos não devem ser muito bons quando utilizados como papel higiênico (que seria provavelmente o destino ecológico deles).

Jamais diria que odeio livros. Quer dizer, alguns eu não entendo, mesmo após tentar. Mas o papel, ah! Esse é indefensável.

Imagine uma pilha de seis sacos fundos, de arroz. Imagine que se acrescente dois sacos, ficando oito, e depois mais quatro. Esses doze sacos estão cheios de arroz, a ponto de você não conseguir amarrar suas bocas.

Agora, imagine contar todos eles, grão por grão, ou de três em três, se você já tiver pego a manha lá pela metade do primeiro saco.

Grampeados! Colados! Colados e costurados. Costurados com corda ou algo semelhante a um fio de aço que dói as mãos. Revistas são fáceis. Branco, liso, colorido, áspero. Encadernados com capas dura, mola de metal, mola de plástico, mola de plástico quebradiço. Encadernados com capa dura e mola de metal.

Então, quando estiver no sexto saco, já saberá que o peso de cada grão de arroz branco varia 16%, e que o grão sempre quebra em frações de 1/3 ou 1/4. Nunca pela metade.

Mas para chegar no oitavo… seus dedos estarão hábeis, e seu cérebro, gritando.

Assim, o período entre o nono saco e os dois terços restantes do décimo segundo poderiam ser definidos com uma única palavra:

Opressão.

Alcançar o inatingível.

O peito, o brinquedo, a nota, a aprovação, o adentrar, o pagamento… — tonto? — A meta, a vigilância, a recompensa, a próxima década, o fatídico dia de amanhã. O último dia. O fim. Sim… Final?

Chega, então, o fim.

““The heaven”” obviously in English (cuz even heaven sounds better).

O julgamento.

Correio Terráqueo,
Julho de 2023

@geannaleaixbitencourt