Nessa etapa da escrita do COMANDO SUPERIOR TRÊS, algo inusitado foi delineado pelo enredo dos dois primeiros romances.

O movimento descrito por Drak Nazar era intencional, ele realmente deveria chegar nessa posição de domínio. Todavia,

...eu nunca pretendi pensar no que ele faria após conquistar o que queria a qualquer custo. Minha ideia inicial era que ele fosse morto como consequência de seus atos. Teresa não pôde detê-lo, a ABIN, as forças armadas de todo o mundo e mesmo os países alheios à Ordem, não foram o bastante contra a característica de Drak de ser implacável.

O momento mais oportuno, onde qualquer pessoa teria pensado em dar um fim ao caos que estava sendo provocado, se não na própria base aérea (quando se pretendia realizar a lobotomia), esperava-se que esse fim se desse no confronto com Jonas Forth.

Essa batalha já estava perdida, por questões características de Jonas, que não entrarei em detalhes aqui.

Então era preciso um novo oponente, que inevitavelmente seria seu próprio aliado. Fazer isso seria um erro. Entregar o ato de piedade realizado por Drak no último capítulo desse arco de Ascensão, só faria entregar para Rolder o papel de protagonista.

Esse trabalho que já não andava muito tranquilo, isto é, para quem escreve, veio a se tornar um verdadeiro problema para os agentes, para Teresa, Iohan, Thompson… e para mim.

Algumas atualizações de escrita atrás, falei sobre minha dificuldade de diluir a fúria desses personagens ao longo de um romance inteiro. De qualquer forma, não faria isso reduzindo a autonomia de cada um deles.

Mesmo que fosse necessária uma consequência negativa para os atos praticados por esses, também se fez necessário que parte dessa consequência se voltasse contra eles, porém, na forma de culpa.

Dessa forma, os mantive com seus potenciais para fazerem coisas terríveis. Mexi, ao invés disso, com outro elemento dessa fórmula: baixei os ânimos do leitor, ao mostrar que esses vilões, com nomes de pessoas comuns, podem sentir aversão pelos atos que eles mesmos praticaram. Se serão permitidos a mudar por definitivo, isso não posso dizer.

Rio de Janeiro,
Novembro de 2024